Um estudo realizado pelo Centro Universitário de Maringá verificou a influência da música no comportamento humano (Weigsding & Barbosa, 2014) e constatou ter a música uma representação neuropsicológica com efeito direto na afetividade, controle de impulsos, emoções e motivação.

De fato, é possível inferir, no senso comum, esta constatação afinal de contas a relação entre música e comportamento pode ser observável em diversas ocasiões seja para concentração, excitação, relaxamento, dormir e outros vários comportamentos típicos do nosso cotidiano.

Músicas, portanto, são utilizadas como estímulos capazes de criar várias sensações que representam um grande aspecto comportamental de nossa vida. Exatamente por esta razão é que estímulos musicais podem exercer controle sobre o comportamento de permanência de uma pessoa em uma loja comercial e consequentemente influenciar na perspectiva de consumo, por exemplo.

Bom, se estímulos musicais são capazes de influenciar o comportamento de consumo interessante conhecer o efeito da música ambiente sobre o comportamento do consumidor, afinal a música pode exercer um controle muito maior do que simplesmente deixar o clima agradável.

Um estudo realizado na Universidade de Brasília – UNB demonstrou o efeito de músicas na lógica de consumo. O autor da tese (Diogo Conque Seco Ferreira, 2007) utilizou como parâmetro teórico e filosófico o Behaviorismo Radical de Skinner e, por consequência, como método uma análise experimental do comportamento.
Este estudo pode ser de grande utilidade para produtores e músicos concedendo uma percepção ampla do efeito da música no comportamento das pessoas.

O estudo citado estabelece a música como uma variável atmosférica de fácil manipulação em estabelecimentos comerciais diante da baixa probabilidade de uma música ser intrusiva ou ofensiva a consumidores e diante do baixo custo de se programar estratégias de marketing como, por exemplo, criar uma playlist especial para a loja.

Foram realizados então dois experimentos: o 1 em uma locadora onde se pretendeu verificar a influência da música ambiente sobre a quantidade de filmes locados, faturamento e impressões do cliente acerca do ambiente. O segundo experimento foi realizado em um shopping de Brasília e buscou avaliar além das influência da música ambiente sobre o consumo, o efeito da qualidade da música ambiente sobre taxas de conversão (passar em frente a loja, entrar na loja).

Os resultados demonstraram uma relação entre a qualidade da música ambiente sobre as impressões do consumidor em relação ao ambiente e um aumento do faturamento nas condições onde música ambiente de maior qualidade foi vinculada.

Este resultado comprova a existente relação entre a música e o comportamento de consumo e ressalta que produtores e músicos podem criar um campo convergente com estabelecimentos comerciais para aumentar o faturamento através da manipulação da música ambiente.

A música, mais do que qualquer outra arte, tem uma representação neuropsicológica extensa, com acesso direto à afetividade, controle de impulsos, emoções e motivação. Ela pode estimular a memória não verbal por meio das áreas associativas secundárias as quais permitem acesso direto ao sistema de percepções integradas ligadas às áreas associativas de confluência cerebral que unificam as várias sensações

WEIGSDING, J. A., & BARBOSA, C. P. (2014). A influência da música no comportamento humano. Arquivos do MUDI, Maringá, 18(2), 47-62.

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